Acusado de integrar uma organização criminosa especializada no tráfico de micos-leões-dourados é preso em Cabo Frio

Um dos principais acusados de integrar uma organização criminosa especializada no tráfico nacional e internacional de micos-leões-dourados, espécie endêmica e ameaçada de extinção no Brasil, foi preso em Cabo Frio pela Polícia Federal, durante a Operação Cifra Dourada, deflagrada nesta quinta-feira (19)

Durante a operação, um mandado de busca e apreensão foi cumprido em um imóvel da cidade, onde morava o alvo da ação, que é apontado como um dos principais caçadores profissionais da espécie, responsável por fornecer tais animais ao grupo criminoso. Na casa, foram encontradas armadilhas utilizadas para a captura dos animais.

As investigações iniciaram após a Operação Akpé, em fevereiro deste ano, quando 17 micos-leões-dourados, além de e 12 araras-azuis-de-lear, foram repatriados do Togo, na África Ocidental. Através de análises genéticas e isotópicas, foi possível identificar que pelo menos sete desses animais haviam sido retirados ilegalmente do Parque Natural Municipal do Mico-Leão Dourado, localizado em Cabo Frio.

Mais recentemente, em agosto deste ano, outras vítimas do tráfico de animais foram recuperadas pelas autoridades e apreendidas, desta vez pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), no município de Porto Velho, capital de Rondônia. Dos 11 animais silvestres apreendidos na ocasião, oito eram micos-leões-dourados.

A Polícia Federal, em parceria com o Centro de Primatologia do Rio de Janeiro, o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA) e a Associação Mico Leão Dourado, conseguiu rastrear a origem dos animais apreendidos, desvendando assim a atuação da rede criminosa.

A PF ainda irá realizar Perícia Criminal Federal para estimar quais espécimes haviam sido retirados recentemente da natureza, quais estavam em cativeiro por alguns meses e aqueles que já estavam em cativeiro há mais de um ano. Foi coletado material biológico dos animais para aprofundamento dos exames periciais, e serão utilizadas tanto metodologias tradicionais, como análise morfológica e sanitária dos espécimes, quanto inovadoras, como as análises isotópicas e genéticas.

O investigado preso responderá pelos crimes de caça profissional, manutenção ilegal de animais silvestres, maus-tratos, uso de anilha falsa, receptação qualificada e perigo para a vida ou saúde de outrem.

O criminoso foi encaminhado à Delegacia de Meio Ambiente (DMA), na Superintendência da PF no Rio de Janeiro, para lavratura do auto de prisão em flagrante. Após, ele será encaminhado ao sistema prisional, onde permanecerá à disposição da Justiça.

 

RC24h